Um ano e meio de bicicleta - e venha 2018!
146 kg na foto com a bike híbrida da marca sueca "Crescent". |
Peso pesado
Já havia tentado pedalar antes, com 156 kg numa bike Merida de Cromoly. As tímidas pedaladas eram recheadas de sustos e medo constante que a qualquer momento a bike fosse colapsar. Pouco a pouco as coisas foram melhorando. Caminhadas, nova alimentação, e com 146 Kg resolvi que iria encarar o ciclismo pra valer!O ano de 2017 chega ao fim e quase não consigo acreditar em tudo o que aconteceu! Estou eternamente grato a minha esposa, família e todos os amigos que tanto ao vivo quanto nas redes sociais estiveram juntos! Muito obrigado! Sem vocês teria sido bem mais difícil!
A luta tem início. Sempre de jaqueta pra esconder a barriga (como se fosse possível), efeito mais psicológico que real, mas serviu de estímulo! Tudo o que pudesse facilitar minha jornada foi adotado!
Decidido, comecei a imaginar como seria pedalar mais longe. Conseguiria? As perguntas foram se multiplicando e o papel dos amigos foi cada vez mais crucial!
Pouco a pouco o inacreditável foi acontecendo. Os shorts foram trocados pela bermuda de ciclismo, os sapatos de corrida por sapatilhas de ciclismo, vieram os primeiros tombos. A musculatura mudou, a pele foi se adequando e cada vez menos chamois cream, o creme esportivo, foi sendo usado. Ainda uso bastante, pois a sensação é boa e as propriedades antibactericidas prolongam a temporada no pedal! Veio o primeiro gran fondo, uma pedalada randonneur cheia de desafios! Um desafio vencido com preparo, esforço e paciência!
A paixão pelo ciclismo voltou e com ela a pergunta: teria o primeiro gran fondo sido sorte de iniciante? Hora de fazer um bikefit, compreender a posição do corpo na bike, a mecânica dos movimentos de pernas, quadril e braços. Tinha ficado com as mãos dormentes no primeiro e ajustes precisavam ser feitos. Também aprendi que com a suspensão do garfo travada ou "desligada" a resposta da bike foi maior e consegui pedalar mais rápido. Hora de mais um gran fondo! Não me incomoda pedalar sozinho, são momentos de muita reflexão e superação.
Vídeos e mais vídeos, com eles veio o desejo de progredir, quebrar outras barreiras! Uma bike speed? Por que não? Mas teria de ser robusta e funcionar tanto na estrada quanto no cascalho abundante na Suécia. A resposta veio depois de muitas visitas, entrevistas, leituras e perguntas: uma gravel bike! Ávido para testar a novidade, saí para mais um randonneur sozinho, mesmo sem ajustar a posição na bike; algo do qual me arrependi depois! Nunca imaginei que milímetros fizessem tanta diferença! No caso da gravel bike foi algo notório! A cada pequeno ajuste o conforto mudava pra melhor ou pior. Iniciou-se um período de muitos testes e também de assistir os videos do GCN (Global Cycling Network).
A curiosidade sobre o cascalho e estradão foi crescendo. Será que conseguiria dar uma longa pedalada nessas condições? Um amigo me desafiou e ao mesmo tempo estimulou a encarar as trilhas e pedras. Sim, um amigo que conheci por causa da bike - começou o efeito social das pedaladas, coisa difícil aqui na Suécia, já que eu não quis fazer parte de um clube de ciclismo, pois são muito esnobes e chatos por aqui!
Conseguimos! Escolhemos uma área destruída por um incêndio florestal e que estava se recuperando. Haviam trilhas naturais e estradas de cascalho levando para dentro de uma floresta de caules pretos de carvão e uma natureza fresquinha emergindo depois de 2 anos de sofrimento. A liberdade proporcionada pela gravel bike é incrível! Desenvolve mais que a mountain bike e no asfalto não deixa na mão! As opções de posicionamento das mãos no guidão drop oferecem de conforto e torque, a geometria da bike parece pedir longos dias no pedal!
Chegou a hora de encarar o asfalto novamente, dessa vez com um outro amigo completamente sem limites! Vou pedalar com você, mas quero ir para o Norte e cobrir uma distância de mais de 200 km em um dia -topa? Ir para o Norte significa subidas, muitas subidas, mas quem sobe desce, e atingimos velocidades acima dos 73 km/h, tive um misto de medo e prazer, e me impressionei com a bike - não chacoalhou nem ficou instável, pelo contrário: parecia pedir mais! Não batemos recorde de velocidade média, mas conseguimos realizar o sonho! 210 km de superação pessoal!
Amigo gordinho, não desista! Informe-se, consulte profissionais qualificados, seu médico, amigos! Assista vídeos, faça o melhor com a bike que tiver em mãos ou se tiver condições adquira uma de sua escolha - mas, insista! Haverão momentos nos quais você vai pensar em desistir, procure motivação!
Na minha caminhada tenho tido altos e baixos, agora mesmo recuperei 4 kg durante o início do difícil inverno sueco, mas relaxei, sei que isso acontece. Continuo pedalando e pretendo intensificar depois do ano novo - apesar do pior do inverno ainda estar por vir! O desafio de pedalar no gelo é sempre tentador, embora as pedaladas tenham de ser um pouco mais curtas! É nesse período que a gente tem de diversificar os treinos e esquecer a velocidade média!
Pedale, faça por sua saúde mas também pelo prazer de andar de bike! Não precisa ficar neurótico ou obcecado por performance, o importante é estabelecer o seu próprio ritmo e saber que você consegue! Aprecie os lugares, a vista, os cafés e lanchonetes - sim, faz parte! Crie uma conta no instagram para registrar seu progresso e momentos, sejam eles difíceis, fáceis, divertidos ou não. Você vai ficar impressionado ao ver que não está sozinho! Somos muitos XL bikers, gordinhos no pedal, no snowboard, no skate, na música; gente que não perdeu a paixão pela vida! Pessoas que, como todo e qualquer um, perderão algumas batalhas na vida, mas estão bem longe de perderem a guerra!
Feliz Ano novo pra você! 2018 é seu, está aí, é uma folha em branco, escreva nela, pinte, cole adesivos, manche, expresse a si mesmo junto com gente a quem você ama, amigos e família! Seja como for, passe também o pneu da bike em cima dela - fazendo uma marca da qual você não vai esquecer tão cedo! Abraços! Deus os abençoe!
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